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Comando de Greve decide reabrir guarita do bairro Boa Esperança

Os trabalhadores em greve na UFMT decidiram reabrir a guarita de acesso à universidade via bairro Boa Esperança. Com a decisão, os ônibus podem voltar a circular dentro do campus já a partir desta sexta-feira (22). Em assembleia geral da categoria realizada nesta quinta-feira (21), cerca de 360 servidores votaram pela reabertura parcial do campus, ou seja, em ambas as guaritas, será liberada uma faixa da via. A próxima assembleia será realizada na terça-feira (26) no Hospital Universitário Júlio Muller.

O movimento caminha conforme a negociação nacional. O Governo Federal marcou uma reunião para o dia 01 de abril, onde será exposto o resultado da atuação do grupo de trabalho formado entre a união e a categoria para apresentar a reestruturação da carreira. Então os servidores da UFMT avaliaram que era o momento de mostrar que queremos a negociação, que existe sensibilidade para avançar com uma proposta. A nossa greve está muito forte, e vai continuar assim. Das 69 universidades federais do país, 62 aderiram ao movimento”, destacou a coordenadora geral do Sintuf, Luzia Melo.

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Essa foi a segunda assembleia realizada desde a deflagração da greve na última segunda-feira (11). Além da abertura das guaritas, os trabalhadores aprovaram uma solicitação para que a UFMT retome as atividades do transporte coletivo interno (ligeirão) como atividade essencial. Ambas as medidas também visam a segurança e a saúde de estudantes que dependem de transporte público para chegar na universidade e em seus blocos, uma vez que as aulas continuam acontecendo na Instituição.

Pelas avaliações feitas durante a assembleia da categoria, o sentimento é que o movimento entra em um momento de espera, guardando energia para uma eventual proposta aquém do esperado por parte do Governo. “A mobilização na UFMT começou muito forte, já com o fechamento de guarita, atos impactantes e muito engajamento. Porém vemos um absurdo sendo cometido pela gestão da universidade. Ela retirou o funcionamento do Ligeirinho, o ônibus interno que leva estudantes e servidores entre os setores, e alegou que era uma determinação do comando de greve. Isso não é verdade. O serviço é feito por trabalhadores terceirizados e o comando em momento algum pediu a interrupção do serviço”, revelou Leia de Souza Oliveira, integrante do Comando Local de Greve.

Após o término da assembleia, realizada no bosque ao lado da guarita Fernando Corrêa, os trabalhadores seguiram em caminhada para o “Arrastão da Greve”.

“Nós percorremos vários setores do Instituto de Linguagens, Faculdades de Contabilidade, Administração, Economia, e vários setores acadêmicos convocando os trabalhadores para greve e explicando aos estudantes o motivo da paralisação. A situação do trabalhador da UFMT é desesperadora, e precisamos que a sociedade veja o que está acontecendo”, reforçou Luzia.

Os trabalhadores optaram pela paralisação após meses de negociação sem sucesso em prol da reestruturação da carreira e pela destinação de mais recursos para as universidades federais. Atualmente a categoria dos técnicos administrativos em Educação têm o menor salário do serviço público no executivo Federal. Nos cargos de nível médio, a remuneração base bruta é de R$2400, ou seja, R$3000 a menos que um servidor de mesmo nível do INSS. Além disso, desde 2005 — quando o plano de carreira foi aprovado — os reajustes conquistados pela categoria nunca foram o suficiente para vencer a inflação, já que não há uma Política Salarial com Reajuste Anual e nem data base como as demais classes de trabalhadores CLT.

Paralisação

As aulas na UFMT continuam,  mas atividades realizadas pelos Técnicos administrativos, como o atendimento do Hovet, a divulgação de editais, o processamento das bolsas e outras atividades essenciais ocorrerão em 30% de sua capacidade. Aulas práticas ou de campo podem ser suspensas na medida em que necessitarem de transporte ou de determinados recursos técnicos.

Já no hospital HUJM os serviços do Ambulatório I, II, III, IV serão paralisados, enquanto os serviços de assistência das Clínicas, UTIs, Bloco de Imagem, Nutrição, Banco de Sangue e de Leite, dentre outros terão escalas de GREVE construídas de comum acordo com as chefias.  

As atividades de cada setor/unidade terão sua garantia conforme dispositivo legal.

São eixos da greve:

– Reestruturação do Plano de Cargos e Carreira dos Técnico-administrativos em Educação com orçamento necessário – incluindo a recomposição salarial.

– Recomposição orçamentária das instituições no mínimo ao patamar de 2015;

– Revogação da IN /2023 que impede direito de greve;

– 30 horas para todos;

– Não ao ponto Eletrônico;

– Reposicionamento dos aposentados;

– Reposição do quadro, concurso já para todos os cargos – chega de terceirização;

– Deposição dos Reitores Interventores.

– Fim da lista Tríplice – Paridade nas eleições para a Reitoria.

– Normatização do artigo 76 da Lei 8.112/90 – horas fixas.

– Normatização do Plantão 12/60 nos HU;

– Contra a Reforma Administrativa;

– Revogação da Lei da EBSERH.

– Fim das normativas que dificultam o direito à insalubridade.

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