Daniel Dino
Assessoria/Sintuf-MT
A humanidade já considerou que todas as mulheres eram deusas, as únicas com capacidade de prover vida. A afirmação foi feita durante o 2º Encontro da Mulher Trabalhadora da UFMT pela professora e pesquisadora, Vera Bertolini. Ela iniciou sua palestra explicando como foi a construção das deusas mitológicas, assim como sua queda. Entrando na sociedade moderna, especificamente na sociedade do consumo, a professora destacou a divisão sexual do trabalho.
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“Tudo que remete ao cuidado foi dedicado a mulher, já as atividades que remetem a bravura ficaram sob responsabilidade do homem. Assim, o espaço privado é da mulher e o espaço público do homem. Esta condição é passada entre gerações, onde hoje podemos dizer que as mulheres são machistas, afinal, elas cresceram em uma sociedade machista”, pontuou Vera.
Outra palestrante do evento foi Marli Melo, representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Entre os pontos abordados em sua fala, ela destacou a questão salarial. “As mulheres ainda recebem uma remuneração 30% menor que a dos homens em atividades iguais. Se a mulher for negra ou índia, esta diferença se amplia para 60%”, destacou. Ela lembrou que mesmo as atrizes de Hollywood, aclamadas pela mídia, reclamaram durante a entrega do Oscar que seus salários são menores que o dos homens.
No cenário político, Marli lembrou que a participação feminina no Congresso Nacional diminuiu em relação a legislatura anterior, porém, mesmo neste cenário, as mulheres tem motivos para comemorar. “A presidenta Dilma sancionou nesta semana a Lei do Feminicídio, lei que inclui no rol de crimes hediondos o assassinato de mulheres por razão de gênero. o Brasil é o sétimo país onde mais se mata mulheres no mundo”, reforçou Marli.
O 2º Encontro da Mulher Trabalhadora da UFMT foi realizado nesta terça-feira (10.03) pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos da UFMT (Sintuf-MT).
