Há exatos 21 anos foi criado o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora Rural, celebrado no dia 15 de outubro. A data comemorativa foi estabelecida na quarta Conferência da ONU sobre a Mulher, realizada em Pequim, em 1995. A escolha desse dia para celebrar a mulher no meio rural é muito representativa. Foi escolhido por ser a véspera do Dia Mundial da Alimentação, e esta seria a forma de dar mais destaque ao papel que as mulheres do campo desempenham na garantia da segurança alimentar e na erradicação da pobreza no meio rural.
O papel desempenhado pela mulher no campo
A grande contribuição da mulher no trabalho rural acontece principalmente em relação à agricultura familiar. No Brasil, esse tipo de agricultura é responsável por produzir 70% dos alimentos consumidos. O papel da mulher na produção de alimentos é central, mas ainda carece de visibilidade e reconhecimento, tanto da sociedade quanto de suas próprias famílias.
O censo da agricultura familiar em 2006 revelou números alarmantes sobre equilíbrio de gênero no campo: mais de 3 milhões de homens estão à frente de pequenos estabelecimentos de agricultura familiar, e somente 600 mil mulheres aparecem nessa situação.
A impressão é a de que há muito mais homens trabalhando no meio rural do que mulheres, o que não é exato, já que grande parte das tarefas do campo são desempenhadas por elas, nas mais diversas condições: trabalhadoras assalariadas, agricultoras familiares, assentadas da reforma agrária, extrativistas, coletoras etc. Porém não recebem o mesmo tipo de reconhecimento profissional que um homem na mesma condição.
Quando são assalariadas, o salário é menor; quando agricultoras familiares, não têm a profissão reconhecida, e continuam a ser chamadas de ajudantes dos maridos ou esposas de agricultores.
A gestão Renovação e Luta, por meio de sua Coordenação da Mulher Trabalhadora, saúda estas guerreiras do campo. “Todos dependemos da agricultura. Somos solidárias a luta da mulher no campo em busca de reconhecimento e melhores condições de vida. O Sintuf também está nessa luta”, destacou as coordenadoras, Marilene Rosa dos Santos, e Berta da Costa Anjos.